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Refletindo sobre o poder do hábito

A nossa mente cria hábitos de forma mecânica estando estes associados com as rotinas. Quando o cérebro faz uma ação de forma mecânica, poupa esforços para atividades mais complexas. Não planejamos se calçamos primeiro o pé direito ou esquerdo ou ainda, não temos definido se, ao preparar o café da manhã, primeiro aqueceremos a água ou abriremos a geladeira. Fazemos essas atividades sem prestar muita atenção em nossas ações, pois o cérebro reconhece “o que precisa ser feito” e aciona a “ordem” que está associada a um hábito, a uma rotina.

Mas a pergunta é como se forma o hábito?

Segundo *DUHIGG (2012) o hábito se forma em etapas:

1) Precisa da “deixa, do motivo”: é um gatilho ou estímulo que, após executar uma atividade por várias vezes, manda o cérebro entrar em modo automático. Para haver a deixa ou o motivo é necessário haver a consciência sobre o hábito prático e sobre o novo hábito que se quer praticar.

2) A rotina: que pode ser algo físico, mental ou emocional – é o comportamento que caracteriza o hábito, advindo da prática e motivado pela execução da “deixa”.

3) A recompensa: algo simples que diz para o cérebro se vale a pena memorizar um padrão de comportamento para ser usado no futuro, no geral algo prazeroso ou de reconhecimento público.

Para a formação de um hábito há um processo cíclico, onde são acionados gatilhos de desejo, rotina e recompensa. Um exemplo é o hábito de ficar muito tempo na internet, quando o gatilho é acionado (normalmente motivado pela ansiedade), o indivíduo instantaneamente busca o relaxamento mental que o entretenimento (rede de relacionamento) proporciona. Em pesquisas qualitativas verifica-se que neste caso, a recompensa está associada a ideia de que há uma ocupação (a “pessoa passa o tempo”), há efetivação de relacionamento, (de que “há interação com outras pessoas”) e informação (“se adquire informação sobre o que está acontecendo”).

É possível introduzir novos hábitos em uma rotina. Porém, é necessário mantê-los por tempo suficiente para que eles se tornem automáticos. Para uma nova rotina ser introjetada precisa da consciência, do motivo e da persistência de algumas semanas de prática. A partir da persistência, o cérebro vai querer repetir os hábitos novos, tal qual repetia os antigos.

Não é só uma questão de força de vontade, mas de programação cerebral, de consciência e persistência. Para tanto é necessário insistir o suficiente para transformar qualquer coisa em um hábito.  Segundo o autor, ao trocar um doce por uma fruta, a madrugada pela manhã ou a cama pela academia, por exemplo, chegará uma hora em que a opção antiga nem será considerada. O cérebro prefere seguir um “roteiro fixo” do que “pensar”.

Porém, não basta apenas mudar os hábitos, é preciso manter a mudança até os “neurônios” se acostumarem com ela, ou caso contrário, o único costume que se pratica é de traçar metas e nunca as cumprir.

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*DUHIGG, Charles. O poder do hábito: Por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

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