A vida não está fácil, mas a esperança está sempre ativa. Mais da metade dos gaúchos estão preocupados com a situação da economia, mas acreditam que a eleição poderá trazer uma nova perspectiva.
As pesquisas quantitativas e qualitativas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião têm avaliado a percepção do eleitor sobre o momento em que vivemos e a expectativa com a eleição geral de 2022.
O primeiro aprendizado nos ensina que, conscientemente, ninguém mais quer falar sobre pandemia. O eleitor está exaurido. Mas não adianta, conversa vai, conversa vem e o tema do custo de vida aparece junto com o relato da perda do poder de compra, com a pandemia sendo apontada como um dos principais vilões desse retrocesso.
Nesse momento a população está dividida, metade acredita que a eleição trará nova perspectiva e metade tem dúvida. Uns avaliam que irá ficar a mesma coisa e outros temem a piora do cenário.
Os que acreditam em dias melhores se apresentam como otimistas convictos. Esperam melhorias, acreditam que a sua escolha eleitoral irá modificar a conjuntura, creem em um dos dois candidatos que lideram as pesquisas nacionais e mantêm a polarização política.
Os eleitores de Lula mostram nostalgia relembrando o período econômico de seu mandato e acreditam que o ex-presidente poderá estabilizar a economia e diminuir as mazelas sociais. Os que apostam na reeleição de Bolsonaro defendem que o presidente poderá fazer as mudanças necessárias, que foram limitadas pela judicialização da política. Na visão desses eleitores, Bolsonaro é impedido de trabalhar, “hora pelo legislativo, hora pelo judiciário e hora pela grande mídia”.
O segundo aprendizado demonstra que a outra metade mostra ceticismo com o futuro e tem muita preocupação com a inflação e com a possibilidade de recessão econômica.
São pessoas calejadas, sofreram os impactos financeiros da pandemia, historicamente são mais descrentes com os políticos e avaliam que não há bons candidatos. Não enxergam alguém que possa efetivamente liderar o país.
Nesse grupo tem os eleitores que intencionam votar em um candidato de terceira via e aqueles que fazem o voto de rejeição: votam em Lula pensando em tirar Bolsonaro do poder ou votam em Bolsonaro para tentar manter Lula fora do poder.
É importante citar que 1 em cada 10 gaúchos está preocupado com os desdobramentos financeiros da guerra na Europa Oriental. Imagina que esse contexto de disputa irá dificultar ou inviabilizar a retomada econômica do país, ratificando a impotência da política doméstica em gerar a mudança necessária. Como argumento, cita a influência internacional do preço do petróleo no nosso cotidiano e a dificuldade de acessar os insumos para a agricultura, gerando desdobramentos diretos no custo da produção de alimentos.
As pesquisas indicam que a agenda econômica será a principal pauta das eleições de 2022. Os candidatos terão que ter a capacidade de mostrar para o eleitor o que farão para driblar a influência do cenário internacional na inflação, criar as condições para restabelecer o poder de compra da população e estancar o crescimento da miséria e da fome.
Quando o tema é pandemia há muitas opiniões e a convergência encontra guarida apenas no desejo de que a mesma chegue ao fim, com uma declaração mundial.
A sensação de que a pandemia está sob controle aumentou diante da diminuição dos indicadores (número de contaminados, de internações hospitalares e de mortes). Há a leitura de que a vacina segurou a letalidade do vírus e o transformou em uma gripe de respeito e, por isso, precisa-se manter os cuidados.
A flexibilização das medidas restritivas, com a liberação do uso de máscaras em ambientes fechados, trouxe um simbolismo fantástico, levando a um gostinho de vitória, de fim de campeonato, para a maioria dos gaúchos.
Mesmo assim, as opiniões sobre o atual momento em que vivemos são variadas. Para 15% do Estado, mais otimista, A PANDEMIA ESTÁ TOTALMENTE CONTROLADA. Nesse grupo há os que se sentem seguros com a vacina e os que nunca tiveram muito receio da Covid-19, especialmente a gurizada.
A grande parcela da população, quase 70%, são mais comedidos no otimismo e consideram que A PANDEMIA ESTÁ EM PARTE CONTROLADA. Esse público se preocupa com a possibilidade de novas variantes e traz em sua narrativa todos os “estados de alerta” que foram ativados durante os quase dois anos de imposição do isolamento e distanciamento social.
Sete de cada dez gaúchos aprenderam a seguir e a conviver com as regras que eram condicionadas pelas medidas restritivas dos governantes. Nesse atual estágio, estão reaprendendo a viver em sociedade, voltando ao convívio social, liberando as crianças, voltando a fazer aglomerações pontuais e tendo momentos de lazer. Muitos confessam que ainda se sentem inseguros e ficam com a sensação de que estão fazendo algo errado quando saem de casa para passear.
Temos que ter em mente que a pandemia continua a assustar e a manter gente defendendo a ideia de que A SITUAÇÃO AINDA ESTÁ FORA DE CONTROLE. De cada dez pessoas, você vai encontrar uma que mantém o modelo mental de crise pandêmica, com muito medo da aproximação social.
As marcas emocionais criadas pelos controles da pandemia, pelo noticiário e pelo medo do vírus são tão intrínsecas que fazem com que algumas pessoas continuem a usar máscaras dentro do seu próprio veículo, mesmo quando estão sozinhas. O estado de vigilância para o uso de máscara e álcool gel para higienização de tudo se tornou uma rotina intensa. São essas pessoas que mostram dificuldade de retomar a socialização, as atividades coletivas ou deixar de passar o álcool gel em todas as compras do supermercado.
Como tem todo o tipo de opinião, uns 5% da população do RS não acredita que houve pandemia. Esse grupo também é heterogêneo, uns afirmam que transformaram uma gripezinha em uma pauta política e aproveitaram para privar as pessoas de seus direitos individuais e outros simplesmente vivem naturalmente em isolamento social, não se abalaram com essa história de medidas restritivas e ignoram a pandemia.
Nesse momento de transição, cada um está tentando curar as dores ou marcas deixadas pela pandemia, reaprendendo a conviver socialmente, a planejar aglomerações ou até a sonhar com a roda de chimarrão.
Não é de hoje que os políticos desfrutam de má reputação. A maior parte dos eleitores não confia nos representantes do povo e acredita que os mesmos atuam mais em causa própria do que pelo interesse público.
Os cientistas sociais e políticos do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião têm se debruçado na compreensão desse fenômeno e na possibilidade de superação dessa cultura política.
A desconfiança com os políticos está associada ao desinteresse pela política. Quanto menor a participação política, quanto menor o exercício da cidadania, quanto menor é o conhecimento sobre os direitos sociais, fundamentais e individuais, maior é a percepção de que a política é algo exclusivo dos “amigos do rei”.
Essa desconfiança fortalece uma descrença generalizada que se alimenta da frustração e é mantida pela indignação com as situações conjunturais e estruturais de cada cidade, estado e do país.
Os problemas conjunturais que geram a percepção da opinião pública estão associados às situações do cotidiano, àquilo que cada eleitor passa ou vê acontecer durante a sua vida. Simbolicamente, tem a ver com a esperança depositada e a consequente decepção diante das promessas não cumpridas, dando a ideia de que todo político “nasce demagogo”. Também está ligada diretamente à forma como os serviços públicos funcionam ou pela falta dos mesmos. Para os eleitores, “não é que os políticos não saibam administrar, é que eles não querem.”
Do ponto de vista estrutural, aprendemos de geração em geração que os políticos roubam, que trabalham mancomunados, que desviam recursos públicos, que atendem apenas aos seus redutos e que não se preocupam com os serviços públicos porque não os usam.
Essa percepção negativa, que gera um sentimento de detração aos políticos, poderia ser minimizada e revertida a longo prazo se duas medidas legais fossem instituídas como mecanismos de moralização política:
a) políticos fossem obrigados a cumprir o prometido;
b) os representantes do povo e sua família deveriam utilizar os serviços públicos que gerenciam.
E não é nada difícil para o eleitor explicar e defender essas duas premissas como basilares da moralização política e molas propulsoras do restabelecimento dos elos de confiança.
O político que o eleitor deseja precisa ter a obrigação legal de falar a verdade e ser punido severamente se não cumprir o que prometeu, junto com o seu partido. Nenhum partido irá dar guarida a um candidato sem vergonha, mentiroso ou louco, se souber que poderá ser punido, perder o fundo partidário ou direitos políticos do partido.
O outro ponto também é altamente disruptivo. Imagine os políticos e seus familiares usando apenas o SUS e a educação pública? Para os eleitores seria um controle de qualidade natural, o prefeito saberia como está a escola do município, quanto tempo demora para conseguir uma consulta e como está a estrutura da UBS. O mesmo valeria para todos os demais cargos, executivos e legislativos.
O desejo do eleitor é simples, muito simples. Ele quer que os políticos definam regras de governança que primem pelo bem comum permitindo que os benefícios públicos possam ser compartilhados por várias pessoas, para além dos interesses políticos.
Estamos ouvindo os gaúchos!
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O estudo irá investigar como a população, formadores de opinião e operadores do direito, percebem o trabalho dos magistrados, o Judiciário Estadual e a AJURIS.
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A população, das diferentes regiões do RS, será ouvida em entrevistas presenciais à domicílio.
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No caso, dos formadores de opinião e operadores do direito, os nossos entrevistadores estão ligando e agendando o melhor horário para que possam participar do estudo.
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Dúvidas estamos à disposição pelos telefones:
(51)3286-6156 (IPO - Instituto Pesquisas de Opinião)
(51) 3284 9141 (AJURIS).
As marcas utilizam-se do marketing para sensibilizar o consumidor e vender mais. O desafio de uma marca é atingir o seu segmento alvo, ser líder em LEMBRANÇA, em PREFERÊNCIA e, principalmente, em CONSUMO.
As pesquisas de relacionamento do consumidor com uma marca nos ensinam que a lembrança (Top Of Mind) nos traz o espaço que a mesma tem no imaginário social, o quanto ela está na “boca do povo”. Lembrança de marca é quando o consumidor lembra espontaneamente de uma marca, sem ser induzido. Significa que a marca tem recall, que a propaganda fez o seu trabalho.
Preferência por marca é quando o consumidor deseja, tem expectativa, responde a um modismo ou tem um relacionamento funcional e utilitário com a mesma. Nesse contexto, o produto se torna uma necessidade motivada por uma emoção ou é a resposta a um impulso. As pesquisas indicam que a publicidade se mostra muito eficaz para construir os laços de desejo a um produto.
O consumo representa a efetivação de compra, é quando a racionalidade impacta na decisão. Nesse campo estão as variáveis ligadas aos 4 “P” do marketing (preço, produto, promoção e praça), sendo que o preço e a praça ativam a racionalidade da decisão.
O IPO – Instituto Pesquisas de Opinião tem se debruçado na análise da correlação entre a lembrança, preferência e a efetivação da compra. Nem sempre a marca mais lembrada é a de preferência e nem sempre a marca de preferência é a adquirida. O desafio é compreender porque isso acontece.
Há vários fenômenos que respondem a essa pergunta, exigindo que a “lupa” seja colocada nas especificidades do segmento de atuação, no perfil dos consumidores e na estratégia de marketing adotada.
Um case para exemplificar esse tema é a rede de farmácias Panvel. A propaganda da rede a coloca no topo do ranking, sendo a farmácia mais lembrada do RS. Quando o quesito é coração e a pergunta está associada a preferência, a farmácia Panvel perde a liderança. Entretanto, quando o questionamento é sobre lealdade e efetivação de compra, a rede Panvel perde mais algumas posições, conforme a cidade em estudo. A Panvel é líder em lembrança, mas não consolida em preferência. Em outras palavras, a força da marca Panvel poderia otimizar seus resultados, consolidando a lembrança em preferência e convertendo a mesma em vendas.
Quando os indicadores de lembrança, preferência e lealdade se alinham, há harmonia no reconhecimento de uma marca e com isso ocorre o processo de cristalização na lealdade à marca: “lembrou que precisa da Panvel, procurou a Panvel e comprou na Panvel”.
Os fatores que motivam esse processo de cristalização da lealdade dependem do segmento e do perfil do público-alvo. Analisando o segmento de farmácias, os fatores de lealdade estão associados à localização do ponto de venda (inclui a agilidade de seus canais) e ao acolhimento, a forma como o atendimento ocorre e a segurança que ele transmite.
O preço justo é uma variável importante, mas que depende do grau de dependência das medicações de uso contínuo, que abre o diálogo para negociação da lealdade desse segmento.
Quando se compreende o papel que uma marca ocupa no sistema de crenças dos consumidores, se desvenda o imaginário social que motiva a decisão de compra.
Você já deve ter recebido em seus grupos de WhatsApp materiais sobre política. Eles trafegam nos aplicativos de mensagem de diferentes formas, aparecem como memes, são a base de uma piada, recortes de um noticiário ou link de uma reportagem. Aparecem também na forma de vídeos, onde políticos contam seus feitos, falam de suas ideias ou até mesmo realizam discursos de ódio.
Os aplicativos de mensagem já tiveram um papel importante nas eleições de 2018 e tendem a ser um canal de tráfego intenso nas eleições de 2022. A justiça eleitoral tem atuado no regramento do uso desses aplicativos para combater as notícias falsas através de um programa de enfrentamento e combate à desinformação.
As pesquisas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião têm investigado a jornada de consumo de informações políticas em aplicativos, em especial, no WhatsApp.
Nesse período pré-eleitoral 1/5 dos gaúchos estão interessados nas mensagens com conteúdo político. Estamos falando de 20% da população que está digitalmente ativa, repassando semanalmente conteúdos de cunho político. Esse é o mesmo número de formadores de opinião, aqueles que se interessam por política e conversam semanalmente sobre o tema. As jornadas de pesquisas quantitativas e qualitativas mostram que essas pessoas se autoclassificam com uma ideologia, seja de esquerda ou de direita. Em sua maioria tem curso superior e renda familiar acima de 3 salários mínimos.
Na prática, podemos olhar da seguinte forma: 2 de cada 10 eleitores gostam de receber e costumam enviar mensagens com conteúdo político. O número parece baixo, mas ele tem muita força por estar em permanente atividade. Pense em um grupo de família com muita discussão sobre política e em como essas discussões são motivadas por materiais com conteúdo político. Um coloca um card e o outro já entra em cima comentando e, em alguns casos, termina até em mal estar entre membros da mesma família.
Pensando estrategicamente, esses 20% podem mobilizar facilmente mais 20% da sociedade, tendo em vista que cada pessoa tende a conseguir pelo menos mais um adepto às suas ideias. A partir de agosto, quando chegar o processo eleitoral, há uma tendência de explosão de pessoas compartilhando materiais de conteúdo político, tornando os aplicativos de mensagens o principal canal de interlocução das campanhas políticas.
A agenda da eleição de 2022 será diferente da eleição de 2018. A eleição de 2018 estava pautada pela indignação com a corrupção e pela esperança na moralização da política, não havia uma agenda de campanha propositiva e o discurso de ódio se conectava naturalmente com o contexto de vergonha e decepção.
A eleição de 2022 mantém alguns resquícios dessa indignação, mas será eminentemente uma eleição ideológica e programática. A maior parte dos eleitores têm claro o lado que querem apoiar, têm noção do que cada lado significa e sabem as propostas que lhes são caras.
O eleitor está fazendo a adesão por um estilo e por uma ideia de rumo e tem consciência de que a política vai passar pelo Whats. Nessa eleição geral, os aplicativos de mensagens serão o principal front de convencimento, persuasão, brigas e cancelamentos.
Se você foi convidado a participar de alguma reunião de pesquisa em Porto Alegre poderá confirmar horário e local pelos nossos telefones.
(51) 3286.6156(51) 9.9292.1664
A internet está alterando o nosso comportamento e nossos hábitos de consumo, em especial, na forma como nos informamos ou passamos o tempo nas mídias digitais. Antes da pandemia, o gaúcho gastava, em média, 3 horas acessando conteúdos na internet e agora utiliza 5 horas. Está na média do brasileiro, que é de 5,4 horas.
A análise do tempo gasto no celular é realizada a partir de depoimento do entrevistado, que observa o “tempo de uso” do seu próprio equipamento. A maior parte do “tempo de uso” dos gaúchos é dispensado ao WhatsApp, às plataformas de compartilhamento de vídeos como Youtube e às redes sociais (Facebook, Instagram e TikTok).
A cada pesquisa, de mercado ou de opinião, realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião verifica-se que mais e mais consumidores ampliam seus aprendizados nos canais digitais. Gradativamente as pessoas estão se aventurando na experiência de compra on-line ou utilizam as plataformas de streaming para acessar filmes, músicas ou livros.
O efeito multitela tem se tornado uma constante na vida da sociedade, em especial entre as pessoas com menos de 40 anos. Cotidianamente, estamos ampliando a integração entre o smartphone e a televisão e estreitando relações com os serviços sob demanda, que oferecem uma cartela de escolha para o usuário, como o Netflix.
A TV tem sido o principal dispositivo no qual 1/5 da população costuma assistir às plataformas sob demanda, que permitem que o conteúdo seja acessado quando e onde a pessoa quiser. Nesses serviços, escolhe-se o horário de preferência e se não der tempo de terminar de ver o filme ou a série, pode-se continuar assistindo em outro horário ou equipamento.
Quando o tema é redes sociais ou plataformas de compartilhamentos de vídeos, verifica-se que os influenciadores digitais se tornam cada vez mais relevantes. Os influenciadores e youtubers têm se mostrado como porta-vozes de mais da metade das crianças e jovens. É comum seguir um influenciador de acordo com os interesses pessoais. Se a menina gosta de beleza, segue influenciadores que dão dicas de cuidados com o corpo ou moda. Se o menino gosta de jogos, acompanha influenciadores que dão dicas diárias sobre o tema.
As pesquisas mostram que a nova geração está sendo naturalmente forjada a buscar um influenciador de referência para cada novo tema que precisa ser explorado, em cada fase de sua vida. O despertar para novas práticas alimentares, vida amorosa ou financeira, fazem com que o jovem procure um influenciador com quem se identifique, que “seja um espelho de sua personalidade”. Para esses novos consumidores que estão ocupando o mercado, seguir um influenciador digital é ativar uma meta, é ter uma inspiração, é se sentir motivado.
Como a música é algo intrínseco à juventude, as rádios FM continuam a tocar pelos celulares ou nos rádios dos carros. Em torno de 11% da população já experimentou um podcast, que são programas de áudio gravados em que o ouvinte pode acessar em uma plataforma de streaming e escutar na hora que quiser.
E nas relações presenciais, que se estabelecem no mundo real, são trocadas as experiências e dicas sobre séries, filmes, livros, influenciadores e podcasts de preferência. O consumo de mídia digital se torna um tema na roda de conversa entre amigos, no bar ou no jantar de família. E é nesse momento que o neto ensina ao avô a seguir o jornalista que ele tanto gosta.
A tecnologia tem motivado e estimulado um mundo de instantaneidade e interação permanente. A todo tempo recebemos muitas informações, inclusive Fake News, por muitos canais. Uma mesma pessoa pode estar conectada ao Whats, ao Face, Insta, Twitter ou ao TikTok.
A internet se tornou parte integrante de nossas vidas. Nos auxilia na comunicação, na atualização dos acontecimentos, na venda ou consumo de produtos, no relacionamento com outras pessoas e até no entretenimento diário, faz parte do nosso lazer.
Contudo, é importante termos a consciência e observarmos os fenômenos comportamentais que estão sendo ativados pela internet, tais como: a) ampliação do individualismo, b) normalização da impaciência, c) efervescência da ansiedade e d) distração digital do mundo multitarefa.
Então imagine uma pessoa que gosta de “ficar na sua”, que está sempre nas redes sociais, inclusive quando tem um almoço de família. Essa pessoa espera uma resposta rápida quando manda um Whats, está sempre demonstrando sinais de ansiedade e se perde na organização de suas atividades ou em seus cronogramas, é do tipo que não tem tempo para nada. Essa pessoa passa mais de 6 horas no celular.
O problema é que esse perfil tem aumentado, atualmente o brasileiro passa em média 5,4 horas na internet.
Esse cenário nos leva a um contexto onde o individualismo fica mais egoísta e propicia a “individuação”, em que cada pessoa é única. Afinal de contas, cada um tem a sua timeline, tem a sua voz, tem o seu palco e quer se conectar, ter seguidores e receber curtidas. Até aí tudo bem!
O problema é que muitos usuários ainda não se deram conta de que a internet é um espelho do mundo real. Tudo o que se diz no mundo on-line, vale como se estivesse falando no mundo real, no off-line.
Se pararmos para pensar, vamos observar que os novos comportamentos sociais estão se redesenhando como resposta aos hábitos de utilização da internet. E a nossa atenção deve se voltar para as reações que são geradas por esses novos contextos.
Como a internet é instantânea, uma postagem pode gerar todos os tipos de comentários, inclusive os que promovem o ódio ou o cancelamento.
Nesse mundo instantâneo, é cada vez mais comum alguém reagir a uma ação, com outra ação contrária. É como se tivesse a obrigação de comentar e, em especial, mostrar o seu ponto de vista com uma crítica.
É comum um artista nacional fazer um post e receber todos os tipos de comentários. Uns pinçam um elemento do texto, outros fazem uma análise da foto ou trazem uma informação de outro contexto ou até mesmo sem contexto nenhum.
Em temas polêmicos sempre aparecem os haters, que disseminam o ódio nos comentários. Esses sabem que há um terreno fértil para reações instintivas, que vão estimular que pessoas escrevam o que bem quiserem, sem dó nem piedade.
Esse é o problema da “individuação exacerbada”. Como cada um se sente protegido como “senhor de sua timeline”, reage de forma espontânea sem medir as consequências de seus atos.
A inovação e o crescimento tecnológico nos impõem um grande desafio: temos que manter a nossa individualidade com respeito ao coletivo. Pensar como seria a resposta mais adequada antes de reagir instintivamente.
O IPO nem precisa de pesquisa para saber o quanto as mulheres são fundamentais para a sociedade.
Representam metade da população e, hoje, conquistaram o seu espaço no mercado de trabalho, ocupando postos de liderança, sendo reconhecidas pela eficiência e pelo poder feminino.
Parabéns a todas as mulheres que fazem a sociedade acontecer!
Por premissa, o formador de opinião é um influenciador nato. É alguém que tem a capacidade de modificar a opinião de outras pessoas. E essa influência pode acontecer em vários campos da realidade. Os formadores de opinião estão presentes em diferentes debates da sociedade: na religião, no esporte, na economia, na moral ou na política.
As redes sociais propiciaram um ambiente mais arenoso para os formadores de opinião, que passaram a ter a concorrência dos influenciadores digitais. Os influenciadores ressignificaram a forma de persuasão, utilizando diferentes narrativas, indo do humor à disseminação do ódio para tratar de temas cotidianos da política nacional. O mundo virtual deu voz aos usuários, tirou as pessoas do anonimato e fomentou a perspectiva de que cada um pode escolher a fonte de informação que acredita ser mais adequada.
Chegamos ao contexto da radicalização política, com as redes sociais mostrando posições extremas, pouco diálogo e muita polarização política. Um cenário no qual é difícil separar o que é fato do que é fake. A regra não oficial das redes é mais ou menos assim, “se alguém não pensa como eu, é contra mim” OU “se alguém não tem uma posição em um dos lados, é um picolé de chuchu.”
Com esse contexto de radicalização política das redes sociais, o IPO – Instituto Pesquisas de Opinião foi às ruas do Estado do RS para compreender o tamanho e o papel dos formadores de opinião, aqueles que estão conversando sobre política, dividindo suas ideias, levando suas percepções para as conversas que ocorrem na mesa de bar, no trabalho ou nas reuniões de família.
Para medir o número de formadores de opinião, utilizou-se, simultaneamente, dois indicadores. O entrevistado manifestou muito interesse por política e o hábito de conversar sobre política, semanalmente. Ou seja, trata-se de uma pessoa que tem o hábito semanal de se informar sobre política e trocar ideias com outras pessoas.
Em 2016 o RS tinha 1/3 dos gaúchos que se enquadravam no conceito de formadores de opinião. Atualmente 1/5 da população pode ser classificada por esse conceito. A pesquisa identificou que:
- 23,4% dos gaúchos se interessam muito por política;
- 44,5% conversaram sobre o tema na última semana;
- 19,6% são formadores de opinião, toda a semana se informam e falam de política com outras pessoas, levando suas impressões e leituras sobre o cenário político, governo e eleições.
Os formadores de opinião estão presentes em todas as faixas de renda e escolaridade, mas se destacam dentre os gaúchos que têm maior faixa-etária, escolaridade e renda familiar. Os homens, que já são maioria em cargos eletivos, também ocupam maior espaço como formadores de opinião.
A maior parte dos formadores de opinião se auto classificam como de direita ou de esquerda. A análise comparativa dos dados indica que a radicalização política vem diminuindo o número de formadores de opinião com posição ideológica mais ao centro do espectro político. Muitos continuam se informando sobre política, mas evitam conversar sobre o tema com outras pessoas.
A maior parte dos meus artigos trazem resultados de pesquisas realizadas pelo IPO - Instituto Pesquisas de Opinião. Quando se fala em pesquisa de OPINIÃO PÚBLICA, tem aqueles que acreditam que opinião pública é sinônimo de política.
Tenho uma frase muito antiga que uso desde a fundação do IPO. A OPINIÃO MOVE AS PESSOAS E AS PESSOAS MOVEM O MUNDO. A opinião pública é a rainha invisível dos julgamentos sociais, de todas as nossas decisões. A opinião está presente na nossa forma de viver, produzir, consumir e até votar. Por exemplo, a reputação de uma pessoa ou de uma marca é reflexo de um conjunto de percepções, de uma opinião publicizada e compartilhada! A decisão de compra é influenciada por indicações, sugestões e opiniões sobre a experiência de compra. As pessoas comentam suas opiniões no bar, no almoço de família ou em suas postagens nas redes.
Um instituto de pesquisas como o IPO compreende a opinião, faz pesquisa ouvindo pessoas que são "atores" em diferentes campos de atuação. Afinal de contas, cada um de nós ocupa muitos papéis e cargos na realidade que nos circunda.
Muitas vezes entrevistamos uma pessoa como CONSUMIDOR, que avalia e compra determinado produto com base em uma opinião. Tem vezes que buscamos compreender a posição de um USUÁRIO de serviços ou canal de comunicação. Podemos entrevistar a pessoa por conta de sua FUNÇÃO SOCIAL NO TRABALHO (ser um empreendedor, profissional liberal, empregado ou funcionário público). Ouvimos a opinião de alguém como membro de uma FAMÍLIA (pai, mãe ou filho) ou como CIDADÃO, emitindo sua posição em relação às decisões ou trabalho de um governo ou mostrando o desejo futuro em relação a um novo governante.
Um instituto de pesquisa é o laboratório do sociólogo. A sociologia é a ciência que estuda a sociedade, logo, um instituto de pesquisa é o meio para se chegar a esse fim. Muitas vezes, não nos damos conta da complexidade de temas que envolvem a realidade em que vivemos e dos muitos campos, que podem ser agrupados em pesquisas de mercado/consumo e opinião e política.
As pesquisas de MERCADO E CONSUMO envolvem todas as pesquisas que avaliam nossos hábitos, atitudes, nosso comportamento na jornada de consumo, nossa percepção na experiência de compra, nossa adesão a novos produtos e serviços. E quando o tema é comunicação tem tanto tipo de pesquisa, desde as clássicas sobre audiência até as mais complexas que precisam decupar e compreender todas as transformações da comunicação e como elas impactam no consumo de produtos como televisão, rádio, jornal e, principalmente, redes sociais e influenciadores digitais.
Nesse campo de mercado e consumo entram as pesquisas de marca, que avaliam desde a satisfação e o número de promotores de uma marca, mas também a imagem da marca, a percepção sobre seu posicionamento e reputação. E não vamos esquecer das pesquisas que avaliam a opinião sobre uma propaganda, esse tipo de estudo é sempre polêmico.
O segundo grande grupo envolve as pesquisas de OPINIÃO E POLÍTICA. Esse é um campo mais vasto ainda, onde entra o mundo da opinião pública sobre diferentes temas em debate: tem as pesquisas sobre políticas públicas, avaliação de mandatos, pesquisas eleitorais, sobre os impactos e incômodos ambientais, sobre as formas de governança e toda a relação sindical do mundo do trabalho.
Não há monotonia em um instituto de pesquisa!
O que existe ou acontece no RS que te enche de orgulho? A pergunta parece simples de ser aplicada pelos entrevistadores do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, mas na prática não é!
O primeiro desafio está associado ao entrevistado, ele precisa fazer uma reflexão quando é motivado a pensar no tema. Imagine você pensando a resposta para essa pergunta? A resposta depende das últimas experiências vividas, do estado de espírito, da autoestima e da motivação do entrevistado.
O primeiro aprendizado nos ensina que 30,2% dos gaúchos não se orgulham de nada (13,9%) ou não sabem citar algo que lhes motive a destacar a altivez por seu pago (16,3%).
O segundo ensinamento é que a maioria dos gaúchos destaca um brio, têm um amor particular pelo Rio Grande do Sul (RS), mesmo que alguns tenham que pensar um pouco mais para responder. Pesquisa realizada em dezembro de 2021 com uma amostra de mais de mil gaúchos em 37 municípios identificou que 69,8% da população do RS sabe indicar um motivo de orgulho.
Como não podia deixar de ser, o argumento que lidera o orgulho pelo RS está associado à cultura gaúcha/bairrismo/história do RS (27,6%). Citam o tradicionalismo (chimarrão, churrasco, pilcha, CTGs...) e os elementos marcantes de sua história.
A narrativa seguinte defende a base social do Estado, o seu povo, 19,0% dos gaúchos dizem que se orgulham do povo gaúcho/das pessoas que se destacam pela união e solidariedade.
A geografia, as paisagens gaúchas e as particularidades naturais das cidades são destacadas por 6,6%. São pessoas que se identificam com o clima, que gostam da Serra Gaúcha ou destacam o Pampa como uma marca típica do Estado.
O trabalho, o empreendedorismo, a capacidade de se desenvolver economicamente é citado por 5,0% dos entrevistados, como um fator de orgulho.
O desempenho dos indicadores da campanha de vacinação do RS contra a Covid-19 aumentou a autoestima de 3,6% dos gaúchos, que destacam a ciência e os feitos da área da saúde como exemplos para o país.
Os times de futebol têm a preferência de 1,4% das lembranças quando o assunto é orgulho do Estado. Lembram tanto dos times da capital como de times locais. A tranquilidade, a vida pacata de algumas cidades do interior também é citada como um ponto positivo a ser propalado.
Existem aqueles que não gostam de nada e tem aqueles que gostam de tudo e estão felizes e orgulhosos. Esses somam 1,1% da população.
Lembrando, que o orgulho não elimina o sentimento de tristeza ou decepção com o RS. Os entrevistados também relataram seus medos, suas dores e indignações. A maioria dos gaúchos se orgulha do Estado em que vive, mas como um bom brasileiro, está preocupado com os temas que assolam o país: desemprego, insegurança pública e o aumento do custo de vida, que é sentido com o crescimento contínuo da inflação.
Como disse inicialmente, não é fácil refletir sobre os motivos de orgulho sem lembrar dos problemas e das decepções. O maior desejo dos entrevistados é que o povo gaúcho consiga ativar as bases sociais e históricas de seu DNA para superar o discurso do ódio, a radicalidade e a indolência. E que esse DNA consiga enfrentar os reais problemas que atrapalham o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do Estado.
Estou sempre por aqui descrevendo ou analisando o comportamento da sociedade, a partir de pesquisas de opinião.
Como nunca sabemos o dia de amanhã, hoje espero que você acompanhe meu raciocínio em um tema que poderá salvar a sua vida ou a de um de seus familiares. Estou falando da doação de órgãos.
É um tema que não é muito atraente para um bate papo de família ou para uma conversa entre amigos. Mas é um assunto muito importante e que salva vidas, salva muitas vidas. Um doador pode salvar a vida de 7 a 8 pessoas.
Não é possível termos tanto conhecimento, tanta ciência, tanta tecnologia e as pessoas estarem morrendo por falta de doação de órgãos. Claro que fico me perguntado: o que falta? Onde está a dificuldade?
Como pesquisadora sei que a empatia não é o forte da sociedade, não costumamos nos colocar no lugar do outro. Não é à toa que o dito popular diz que a dor ensina a gemer. Precisamos nos deparar com o problema para prestar atenção em sua importância, para saber o seu valor. E é aí que reside o problema, não damos atenção aos verdadeiros grandes temas que fazem toda a diferença para a humanidade.
A última pesquisa nacional realizada pelo Data Folha em agosto de 2021 indica que sete em cada dez brasileiros gostariam de ser doadores de órgãos ao morrer. Mas, quase metade desses possíveis doadores nunca informaram a família sobre essa vontade. E é esse o principal dilema que tem impedido que mais da metade das vítimas de mortes encefálicas não consigam salvar outras tantas vidas.
A pesquisa indica que quando somos jovens, nos preocupamos mais com o tema. Conforme vamos envelhecendo, diminui a nossa intenção em doar. A escolaridade também faz diferença, quanto maior o nível de informação, maior a tendência de ser um doador.
Se você se encaixa entre os sete de cada dez que têm intenção de doar, pode ser que o destino te faça salvar sete outras vidas. Preste atenção nos sinais de nossa existência, que é tão curta nesse mundo. Pare e olhe as principais campanhas de doação de órgãos e trate do assunto com a sua família.
Fiz isso nesse último final de semana e, caso eu fique em algumas das curvas das estradas por onde ando, desejo que meus órgãos sejam doados, caso isso seja possível.
Entre no site da campanha “Doar é Legal” (doarelegal.tjrs.jus.br/) e registre a sua vontade de ser um doador. Esse projeto destina-se a conscientizar a sociedade sobre a importância de doar órgãos. Consiste na emissão de uma certidão de intenção (sem valor jurídico) que atesta a vontade em se tornar um doador de órgãos, servindo sobretudo para que familiares fiquem cientes da intenção de ser doador. Você pode gerar a certidão e enviar por e-mail para as pessoas que ama.
A adesão à campanha pode ser feita pelo site do TJRS. Basta preencher um formulário virtual e, após a confirmação, a certidão será gerada. Esse projeto é coordenado nacionalmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), executado pelo TJRS e conta com o apoio da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), do Hemocentro da Secretaria da Saúde do Estado do RS.
Ser um doador é pensar no outro e saber que parte de você ajudou outro ser humano a seguir a sua jornada. Pense nisso!
A voz do povo é a voz de Deus
Esse dito popular secular expressa a importância de escutar a opinião pública, de ouvir as preocupações, percepções e expectativas dos gaúchos. Um gestor público sabe que as decisões precisam ser tomadas com base na razão, em informações técnicas e em tendências evolutivas, mas também tem consciência de que a democracia pressupõe a compreensão das várias visões de mundo, o atendimento da maioria e o respeito à minoria.
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Em plena luta contra a pandemia, durante o avanço da vacinação, o IPO – Instituto Pesquisas de Opinião começou uma série de pesquisas para a Assembleia Legislativa do Estado do RS com o intuito de compreender os impactos da pandemia e mapear as prioridades da população em termos de leis ou políticas públicas emergenciais.
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Essas pesquisas estão disponíveis em https://orspospandemia.al.rs.gov.br/pesquisas/
O mundo do trabalho está em constante transformação. As mudanças ocorrem naturalmente pela experiência acumulada da humanidade e, principalmente, pelos conhecimentos sistematizados pela ciência e pelo avanço da tecnologia. As máquinas que estavam a serviço do homem há séculos têm ganhado uma forcinha com o advento da era digital e com a ampliação da internet.
Historicamente o trabalho traz consigo o simbolismo, a ideia de que dignifica o homem, enquanto ser humano. Provém o desenvolvimento econômico e social e permite o crescimento intelectual e profissional. Essa é a tese e a premissa que motiva a maioria das pessoas a acordar todo o dia e buscar uma oportunidade.
Entretanto, a evolução do mercado de trabalho, acelerada pelo avanço exponencial da tecnologia durante a pandemia, tem preocupado uma parcela considerável da população economicamente ativa, que não está sendo preparada para as novas tendências em curso.
Pesquisa realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião realizou três distintos testes, com uma amostra representativa de 1.500 gaúchos, para avaliar a percepção em relação à preparação dos trabalhadores para as mudanças e exigências em andamento. A expectativa é de que os empregos do futuro sejam movidos por tecnologias, fundamentados em dados, exigindo habilidades humanas com mais comunicação, escuta e interpretação.
O primeiro questionamento avaliava a leitura do entrevistado sobre a preparação do mercado de trabalho como um todo. O segundo teste questionava a preparação individual do entrevistado e o terceiro verificava a percepção do mesmo sobre a preparação dos jovens, dos novos entrantes.
A percepção sobre a preparação para o futuro tecnológico do mercado de trabalho indicou que 27,5% dos entrevistados acreditam que os profissionais estão sendo preparados. Quando relatam a sua trajetória pessoal, 35,1% afirmam que estão se preparando. E ao pensar nos jovens, 42,3% acreditam que as novas gerações estão sendo preparadas.
A pesquisa indicou que a maioria dos trabalhadores reconhecem que não estão sendo preparados para as transformações tecnológicas e digitais em desenvolvimento. A abordagem qualitativa do estudo identificou que os limitadores estão associados a três vertentes: a) a limitação de cursos públicos (em termos de variedade e de disponibilidade de horários); b) a falta de visão ou interesse do trabalhador, que não imagina ou percebe a necessidade de qualificação; c) o desconhecimento e falta de gestão das empresas que não investem em qualificação ou treinamento de seus funcionários.
O recado da opinião pública é simples: não estamos desenvolvendo uma política e uma cultura de valorização da qualificação profissional. E essa lógica tende a ser muito perversa ao longo do tempo. Os entrevistados acima de 40 anos se preocupam mais com o tema e sinalizam a sua inquietação com o novo contexto social do trabalho: a reforma da previdência exige mais anos de trabalho e o avanço da tecnologia está tirando vagas e redesenhando as oportunidades.
É vital que haja uma política pública integrada entre setor público e privado para investir e conscientizar os trabalhadores, com atenção aos profissionais jovens que precisam adentrar e aos mais maduros, que precisam cumprir seu ciclo com habilidade e competência.
A virada do ano nos fez lembrar de todos os impactos da pandemia na nossa vida. Ela bagunçou a nossa forma de viver, de trabalhar, de estudar e até de consumir.
Mas, sem dúvida nenhuma, o isolamento e o distanciamento social prejudicaram em demasia nossa capacidade de produzir, de desenvolver o nosso trabalho. Para driblar as dificuldades impostas pelas sucessivas medidas restritivas veio o prefixo “re”, que entrou em nosso cotidiano como reforço, como revisão de nossas práticas. Passamos a nos reorganizar, replanejar, redesenhar e, principalmente, nos reinventar.
A reinvenção ganhou uma forcinha da tecnologia e a internet abriu um canal de comunicação direta para o trabalho remoto.
Pesquisa realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião investigou a influência da pandemia no futuro do trabalho e mapeou o número de gaúchos que possuem atividade laboral compatível com o trabalho home office, que conseguiram trabalhar de casa durante a pandemia.
O estudo identificou que 20,7% da população têm como realizar o seu trabalho de casa. Para 3,5%, apenas parte do trabalho tem como ser realizada de casa. Verificou-se também que 17,6% dos gaúchos não trabalham e não exercem nenhuma atividade ocupacional, mesmo que seja de caráter social, e para 58,2% da população, não era possível trabalhar remotamente. O “fique em casa” não era possível para a maior parte dos gaúchos.
A pesquisa colocou a lupa nos 24,2% que conseguem trabalhar remotamente (sempre ou parcialmente) e investigou a percepção desse grupo sobre a experiência do trabalho remoto: 70,2% avaliaram a experiência como positiva, 22,9% indicaram que a experiência foi negativa e 6,9% não tinham uma opinião formada por considerar que a experiência foi compulsória, era necessária.
Os trabalhadores que avaliaram a experiência remota como positiva, indicam que a primeira vantagem é a inexistência do deslocamento (25,9%), outro grupo destaca a ampliação do tempo com a família como o maior benefício (19,6%), um terceiro grupo indica que o trabalho remoto ampliou a concentração e a produtividade (14,4%) e para 13,8% o ponto de destaque é que o trabalho remoto diminuiu os custos fixos da empresa e evitou demissões.
Para 51,7% dos que consideram negativo o trabalho home office, a percepçãoestá associada à necessidade de manter a interação social presencialmente. Houve quem tivesse perdas financeiras por trabalhar em casa e não fazer mais horas extras (18,0%). Se teve quem gostasse da privacidade e organização do trabalho em casa, também teve quem sentiu a produtividade diminuir com o trabalho remoto (15,7%). E para 4,8% a experiência foi negativa pois faltou infraestrutura/acesso à internet de qualidade.
Os entrevistados reconhecem que o trabalho remoto se mistura com a vida social e familiar, 61,5% concordam com essa tese e registram que a experiência exigiu muita paciência e habilidade para driblar os desafios que se colocavam na execução do trabalho em casa. Esses desafios estão associados à estrutura inadequada das casas (seja pelo mobiliário não ergonômico, seja por falta de uma área privativa), à quantidade de poluição sonora (com todos os barulhos típicos de uma área residencial - crianças, animais, vendedores), e pelas limitações de estrutura tecnológica, incluindo o acesso ao sinal de internet.
A pandemia criou uma nova forma de organização social do trabalho.
Chegamos ao final de 2021 cheios de alegrias e com a certeza de termos enfrentado, da melhor forma, todos os desafios que este período atípico trouxe a toda sociedade.
Sem dúvida, foi um ano desafiador!
Mas, mesmo assim, o IPO se fortaleceu, cresceu e está pronto para conquistar novos horizontes.
Queremos agradecer a todos os nossos clientes, parceiros, colaboradores por esta caminhada nos últimos 365 dias! Vencemos!
Que em 2022 possamos ter muita saúde e energia para vivenciar nossos desafios e desbravar novos caminhos.
O reconhecimento veio com 1/4 de século e um trabalho incessante durante uma pandemia.
Fruto de uma dedicação contínua em prol da ciência.
Esse reconhecimento é estendido a todos que fazem o IPO acontecer: cada entrevistador, cada colaborador, cada fornecedor e cada cliente que faz parte dessa história.
Uma história de ética, de trabalho e muita perseverança.
Nosso muito obrigado. Gratidão é a palavra.
Um sonho pode ser entendido como uma projeção, como uma reunião de ideias e pensamentos que aparecem na mente. O senso comum diz que se pode “sonhar acordado”, usando a imaginação para simular uma realidade possível.
As pesquisas de opinião realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião costumam investigar os “sonhos”, os desejos da população. Entre os principais sonhos do gaúcho se destacam a possibilidade de conhecer novos lugares, ter o próprio negócio ou adquirir a casa própria.
Diante desse contexto de sonhos e dos impactos da pandemia, as equipes de pesquisadores do IPO percorreram 38 municípios e ouviram a posição de 1.500 pessoas sobre a seguinte pergunta: pensando no futuro, qual destas alternativas representa a sua posição sobre a frase “meu SONHO é ter o meu próprio negócio”?
41,1% concordam com a frase, afirmam que seria um sonho pensar no próprio negócio.
24,3% já vivem esse sonho, já se consideram empreendedores. Ou seja, 1/5 da população empreende, seja formalmente como empresário ou microempreendedor individual ou apenas como autônomo informal. São pessoas que se consideram donos do seu próprio negócio.
19,8% não concordam com a frase, não consideram que empreender seria um sonho.
12,8% dos gaúchos já tiveram uma experiência negativa, alguns consideram que o sonho de empreender virou um pesadelo. Relatam dificuldades de administrar, prejuízos financeiros e contam que o empreendedorismo resultou até em problemas de saúde físicos ou emocionais.
2.0% dos entrevistados nunca tiveram esse tipo de sonho, nunca pensaram nesse tema e declararam que não possuem opinião formada.
Se analisarmos de forma integrada os que afirmam que “sonham em ter” e os que “já têm um negócio próprio” chegamos a 65,4% da população. Comparando com os dados nacionais, esse indicador alcança 77,0% dos brasileiros.
Os dados indicam que há 1/4 da população empreendendo e 2/3 sonhando em empreender. Em um país que precisa se desenvolver, a grande pergunta é: o que falta para que esse tipo de sonho se transforme em realidade?
As respostas são tão variadas que formam um grande mosaico de motivos. Cada entrevistado tem a sua história, o seu temor, a sua preocupação. A carga tributária e a burocracia são listadas como empecilhos. Mas o maior limitador está associado à questão da informação, do conhecimento, da orientação técnica. Para que os sonhos sejam colocados em prática são necessárias políticas públicas de educação financeira, de empreendedorismo e gestão de negócios. São vitais cursos públicos de preparação e qualificação do empreendedor, que ensinem desde o fluxo de caixa até o marketplace.
Estímulo e otimismo os empreendedores têm de sobra! Mas é necessário popularizar os planejamentos estratégicos, planos de negócios, de marketing e até mesmo as pesquisas de mercado.
Não podemos pensar em empreendedorismo no Brasil sem ter escolas que ensinem a empreender. A educação empreendedora precisa estar nas séries iniciais do ensino fundamental. Deve ter núcleos temáticos no ensino médio e estar presente na formação de todos os tipos de cursos superiores. Temos que ter a consciência de que um médico que abre uma clínica, antes de tudo, é um empreendedor.
O final de um ano é sempre tempo de reflexão, de união e de partilha!
Momento em que agradecemos a caminhada e redesenhamos a jornada.
Gratidão é a palavra de 2021!
O ano está quase acabando e nossa diretora Elis Radmann recebeu mais uma homenagem.
Desta vez, com o troféu "Empreendedorismo Zona Sul", conferido pela Azonasul, Sicredi e Sebrae com a indicação da Prefeita Paula Mascarenhas.
Foi o ano do reconhecimento público! De prêmios que marcam uma caminhada de 1/4 de século que colocaram a ciência a serviço do empreendedorismo.
Fizemos da ciência uma ferramenta do nosso negócio.Levamos a ciência como ferramenta de tantos outros negócios.
Gratidão é a palavra que nos representa!
Viva a ciência!
Viva o conhecimento!
Viva o empreendedorismo.
Vivemos em um cenário político muito difícil para a maioria do eleitorado. De um lado, indagação, descrença, ceticismo com todo o contexto político e, principalmente, com a guerra ideológica em curso. As palavras decepção, tristeza e frustração são constantemente citadas pelos entrevistados nas pesquisas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião.
De outro lado cresce a intolerância, o discurso de ódio e a estratégia de marketing de guerra que busca um culpado, que aponta um inimigo. Dois lados brigando entre si, espalhando Fake News e desinformação.
A situação econômica do país e o aumento da inflação preocupam muito a sociedade, que ainda está “cambaleando” com o isolamento e os efeitos das medidas restritivas durante a pandemia.
Em um momento de tanta instabilidade, a maioria dos eleitores sinaliza a dificuldade em definir o canal e a fonte de informação confiável para depurar tudo o que vem acontecendo e tentar formar uma opinião, ter uma avaliação sobre o contexto político e econômico.
A saída encontrada por 40,0% dos eleitores tem sido o multicanal, com efeito multitela. A principal prática é buscar informação em veículos tradicionais como televisão, jornal e confrontar essas informações com mídias digitais. O eleitor assiste a uma notícia na TV e vê o que as pessoas estão falando nas redes ou consulta a postagem de um influenciador digital, jornalista ou político. O efeito contrário também acontece, o eleitor percebe que as redes estão fazendo comentários sobre um tema e dá uma parada para assistir aos telejornais ou escutar um programa de debate na rádio local.
Os eleitores estão retomando um hábito antigo, o de trocar informações e ideias entre si. Uma prática comum na época em que se tinha um limitado acesso à informação e que volta à tona em um momento em que se tem canais em excesso e pouca confiança nas fontes. Em média, 20,0% dos entrevistados declaram que se informam sobre política com a rede de relação, com familiares ou amigos. O que acompanha menos a política pede a opinião de quem se informa mais. Há troca de impressões e o formador de opinião da família ou o amigo acaba sendo o “oráculo” desse processo.
O mundo digital garante a informação para 15,0% dos eleitores, que só se informam em plataformas digitais de notícias, acompanham páginas de políticos ou comentaristas políticos. Nesse grupo se destaca a relevância e a importância do Twitter.
Mas, diante de uma cultura de crescente negação da política, ampliada pela criminalização dos políticos, temos que contabilizar os 23,0% que declaram que não se informam sobre política, não querem saber de política e desligam a TV ou bloqueiam toda e qualquer página ou comentários políticos que apareçam em suas redes sociais. A metade desses eleitores afirma que se informa sobre política no tempo da eleição e a outra metade se mostra um eleitor adepto do voto branco ou nulo ou até se orgulha em se manter afastado desse mundo.
E ainda encontramos 2,0% dos eleitores que citam que se mantém informados sobre a política através do relacionamento com partidos políticos, movimentos sociais ou ONGs.
Para fecharmos o ano de 2021, ouvimos novamente os gaúchos, e desta vez o tema da pesquisa foi o futuro do trabalho!
Pesquisamos com 1.500 gaúchos, de todas as regiões do Estado, as principais percepções sobre os impactos causados pela pandemia e quais as novas perspectivas para o futuro do trabalho no Rio Grande do Sul.
A divulgação desta pesquisa será na próxima segunda-feira, 20/12 às 11h, direto do Salão Júlio de Castilhos, com transmissão pelo canal no YouTube e no Facebook da Assembleia Legislativa do RS.
Fique de olho aqui nas redes sociais para saber todos os detalhes do evento!
Nosso time de entrevistadores está ouvindo pais e responsáveis sobre o tipo ideal de escola privada.
Nos testes, os pesquisadores mostram imagens internas e externas avaliando conceitos e atributos.
Se você for abordado por um entrevistador do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, reserve uns minutos para falar sobre a sua percepção.
Qualquer dúvida, estaremos de plantão no telefone – (51) 3286-6156 ou pelo email ipo@ipo.inf.br.
A pandemia empobreceu a sociedade, escancarou as desigualdades sociais e fragilizou financeiramente a maior parte das famílias economicamente ativas. E quando a pandemia parece arrefecer, dando uma aparente trégua, a economia brasileira mostra a sua faceta e assusta a população.
Abrimos 2020 com receio da Covid-19 e entraremos 2022 preocupados com a inflação.
Pesquisa quantitativa realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, com uma amostra de 1.500 gaúchos, no mês de novembro, identificou que a maioria da população está muito preocupada com o aumento da inflação.
Na percepção de 79,7% dos gaúchos, a inflação irá aumentar nos próximos meses. Na visão de 8,1% dos entrevistados há estabilidade e a inflação irá ficar como está. E 8,9% acreditam que a inflação irá diminuir com as flexibilizações das medidas restritivas e as ações do Governo Federal.
A preocupação que atinge 8 em cada 10 gaúchos está associada a quatro perspectivas: o aumento do custo de vida, a diminuição do poder de compra, a ampliação do endividamento e o desemprego.
A primeira percepção está associada ao aumento do custo de vida eé validada na realidade das famílias pela elevação periódica de preços como o da energia elétrica, do combustível e da alimentação. A população com renda familiar de até três salários mínimos é o segmento social que mais tem cortado gastos, em especial, diminuindo a variedade de produtos adquiridos no supermercado.
Com o aumento de preços as famílias sentem a diminuição do poder de compra, que tem relação com as perdas financeiras durante a pandemia, defasagem salarial ou até mesmo com congelamento dos salários dos servidores públicos. Os depoimentos contam que os cortes de gastos são cada vez mais frequentes, aumentando a ideia de que há uma defasagem do real e ativando a frase popular de que “o dinheiro está perdendo seu valor”.
O terceiro fenômeno que motiva a previsão negativa com a inflação está associado ao endividamento da população. Quem sente a diminuição do poder de compra reconhece que não está tendo capacidade de pagar os compromissos mensais, optando pelas contas mais vitais. Ao escolher “que conta pagar a cada mês”, as famílias com precarização financeira vão contribuindo com os indicadores de inadimplência.
O quarto dilema está associado ao aumento do desemprego e à redução dos postos de trabalho. Com as medidas restritivas durante a pandemia muitos trabalhadores acabaram ficando desempregados e os autônomos estão sofrendo os impactos da ampliação da concorrência e da diminuição do poder de compra da sociedade. Os jovens e as pessoas com mais de 45 anos são as que mais sofrem com a falta de vagas de trabalho.
Mas, como temos a máxima cultural de que o “brasileiro não desiste nunca”, quem está preocupado se “segura” na esperança de dias melhores e no sentimento de superação.
Cada um tenta sobreviver ou se reinventar da forma que dá, acreditando que futuramente haja uma “vacina eficiente para combater a inflação”.
Para fecharmos o ano de 2021, vamos a campo para ouvir novamente os gaúchos.
Desta vez o tema da pesquisa será o futuro do trabalho. Queremos compreender quais os impactos causados pela pandemia e quais as novas perspectivas para o futuro.
Se você for abordado por um entrevistador do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, reserve uns minutos para falar sobre a sua percepção.
Qualquer dúvida, estaremos de plantão no telefone - (051) 3286-6156 ou pelo email ipo@ipo.inf.br.
A radicalização das opiniões tomou conta de muitos debates durante a pandemia, em especial, quando o tema se refere a direitos ou liberdades individuais.
Os entrevistadores do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião percorreram mais de 40 cidades do RS aplicando a seguinte pergunta: Conhecido como "passaporte vacinal", o certificado de imunização e segurança sanitária permite que pessoas com vacinação ou teste negativo acessem locais públicos e privados (como festas, teatros, cinemas e estádios) e restringe a circulação de quem não tem o passaporte. Qual a sua posição sobre o passaporte vacinal?
- 79,2% se mostraram favoráveis ao passaporte vacinal;
- 18,5% demonstraram sua contrariedade à exigência do passaporte vacinal;
- 2,3% não se manifestaram sobre o tema.
A aprovação se manifesta em todas as regiões do Estado do RS e em todos os grupos sociais. Os destaques são observados nas regiões com grandes centros universitários e de funcionalismo público, como as regiões de Santa Maria, Pelotas e Porto Alegre. Quando se coloca a lupa no perfil socioeconômico, pode-se observar que as mulheres são mais adeptas à exigência do passaporte e até os jovens, de 16 a 24 anos, concordam com a medida.
Aqueles que ainda mantém certo isolamento social, como aposentados, donas de casa e estudantes que ainda estão em aulas remotas, consideram que a medida é mais um controle sanitário que tende a proteger a sociedade.
Há uma relação direta entre a adesão à vacina e a favorabilidade ao passaporte vacinal. Quem se vacina, acredita que está protegendo a si e a coletividade e aprova a regra de “deixar passar” quem também tem a vacina.
No Estado Democrático de Direito, como é o caso do Brasil, as minorias devem ser respeitadas. Mas o direito da minoria não pode se sobrepor ao direito da maioria, sob pena de colocar em xeque o conceito de maioria e a bússola da democracia.
Não se pode perder de vista o ideal da democracia, em que a vontade da maioria se sobrepõe à da minoria com o propósito de efetivar a participação política e alcançar o bem comum! A decisão da maioria deve ter como balizadores a igualdade, a liberdade, a solidariedade, a isonomia e, principalmente, o sentimento de coletividade. Em uma democracia, o direito da maioria visa, por essência, o bem comum, o bem da coletividade.
Com a radicalização dos debates políticos, a politização da saúde e a ação dos haters, que atuam diuturnamente nas bolhas digitais, é cada vez mais comum a narrativa de que o direito individual não pode ser limitado, colocando em xeque o direito coletivo e os conceitos de maioria e de bem comum!
O resgate do conceito de bem comum é uma tarefa de toda sociedade e um "dever de casa" para os três poderes de cada cidade e para os três poderes estaduais, sendo vital para a legitimidade do sistema. O êxito desse resgate exige que o conceito de bem comum resulte no entendimento e no atendimento das demandas da maioria. Que o bem comum seja a tangibilização dos direitos da maioria e que esses direitos sejam percebidos nas “pequenas grandes coisas” que fazem o cotidiano da população.
Está se ampliando o otimismo da sociedade gaúcha e este sentimento vem acompanhado de um desejo de superação. Essa percepção é motivada pela leitura de que a retomada da economia, da educação presencial e das atividades de entretenimento e lazer sinalizam o fim da pandemia.
Mesmo que os governantes não declarem oficialmente que a pandemia acabou, a flexibilização das medidas restritivas traz esse recado à sociedade, que almeja ansiosamente pela normalidade.
As pesquisas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião no RS indicam que a pandemia levou a sociedade à exaustão e que a vontade de superação se mostra por diferentes perspectivas.
A pandemia castigou a população e cada gaúcho tem algo a superar, sejam os problemas financeiros, emocionais ou físicos.
A principal vitória a ser alcançada é a financeira. Com o empobrecimento de mais de 1/3 dos gaúchos, o desafio é a recuperação da estabilidade econômica mínima. O sonho de superação está associado à oportunidade de emprego, à restruturação de um negócio ou com a abertura de um novo empreendimento. Há uma grande vontade de “arregaçar as mangas” e ter sucesso na retomada, anseiam em conseguir sair da crise financeira que se abateu sobre muitas famílias.
Outra parcela quer superar problemas emocionais de distintas vertentes. Uns precisam reaprender a conviver em sociedade e sair do isolamento social não tem sido uma tarefa fácil. Até o primeiro abraço tem sido comemorado. Tem os que relatam sofrimento emocional, tendo passado por momentos de ansiedade e até de depressão e precisam restabelecer a sua saúde mental. Não podemos esquecer que um grupo ainda chora a perda de um ente querido, com a sensação de que não teve nem a oportunidade de se despedir.
E tem tantos outros que querem a sua liberdade de volta. Querem sair de casa, querem passear, visitar amigos e parentes, festejar a vida e viajar. Nesse contexto, tirar férias é um feito e é visto como sinônimo de vitória.
E a superação também está presente na pauta da educação. Há uma grande preocupação das famílias com as sequelas da pandemia no desenvolvimento pedagógico, emocional e social das crianças e adolescentes. Indicam que o primeiro tema de casa é o diagnóstico do déficit de aprendizado de cada criança e o segundo passo é a integração dessas crianças, retomando o processo de socialização.
Para uma parcela de 10% dos gaúchos, a superação está associada ao tratamento exitoso de problemas de saúde. A pandemia intensificou as históricas demandas reprimidas na área da saúde. Muitas pessoas não fizeram os exames ou os tratamentos adequados e agora correm contra o tempo, para superar algum mal estar físico, uma nova doença crônica ou até mesmo um câncer. E ainda tem aqueles que sofrem com as sequelas de uma infecção pela Covid-19.
A ideia de que a pandemia acabou está presente no novo humor da sociedade que começa a se motivar na busca de um objetivo, na superação de um obstáculo.
Os entrevistadores do IPO estarão realizando entrevistas, por telefone, com a categoria dos bancários, sócios e não sócios do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região Metropolitana.
As entrevistas estão sendo agendadas por telefone e serão realizadas nestes meses de novembro e dezembro, conforme a agenda do entrevistado.
A pesquisa tem por objetivo avaliar a satisfação e a percepção dos bancários sobre a gestão do Sindicato e sobre temas de interesse da categoria.
Veja alguns tipos de pesquisas sindicais que o IPO realiza: https://www.ipo.inf.br/estudos-sindicais/
Vivemos um momento ímpar da história recente, uma dicotomia na qual as incertezas acabam se tornando certezas.
Temos visto a ampliação de vários fenômenos comportamentais, demonstrando a ampliação do radicalismo. Esse radicalismo está associado à diminuição da paciência que é motivada pelo aumento do individualismo. Trata-se de um individualismo cada vez mais exacerbado, que está crescentemente caminhando para um processo de “individuação”. Na prática, significa que cada um se sente único, cada um olha para o seu umbigo, naturalizando o sentimento de egoísmo.
Ufa! Descrever esse contexto em poucas linhas parece assustador. Sabemos que as pessoas estão perdendo o sentimento de comunidade, e o capital social (que é a confiança que facilita a coordenação e cooperação para benefícios mútuos) está cada vez mais baixo. E não podemos esquecer que todo esse cenário tem origem na cultura política da descrença, mas, na prática, não gostamos de pensar no efeito rebote, nas consequências ou nas sequelas sociais.
E ainda tem todo o contexto da transformação digital, que fomenta o empoderamento individual, tornando cada indivíduo senhor da sua timeline, dando a sensação de que cada um pode fazer e falar o que bem quiser na internet. E é nas redes sociais que as bolhas digitais alimentam o radicalismo e mostram a impaciência e a falta de respeito, com o protagonismo de haters que disseminam o ódio na internet.
As pesquisas quantitativas e qualitativas do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião realizadas com a população gaúcha e com lideranças do setor produtivo têm confirmado que uma conjunção de fatores está nutrindo a intolerância, para além da esfera política.
Na visão de uma parcela da sociedade, não se trata de uma intolerância. Trata-se de um novo comportamento social, de uma nova forma de ver o mundo, que está associada ao empoderamento, onde cada um é dono de si ou dono da sua rede social, do seu celular. Os mais jovens já estão se adequando a esse novo modelo, entrando na vida social com esse “chip” da individuação.
Vamos a um exemplo para tornar essa reflexão mais objetiva: atualmente temos acesso a tanta informação, que temos dificuldade em selecionar e reter informações.
A pessoa que se sente “um indivíduo empoderado”, escolhe a fonte de informação que acredita, que representa as suas ideias, o seu pensamento. Na prática, cada um quer ouvir ou ver aquilo que lhe agrada e compartilha essas informações, mesmo que sejam Fake News.
Imagine um teste onde se pergunte sobre a relação desse indivíduo com as Fake News. As pessoas em processo de individuação respondem que compartilham aquilo que acreditam, aquilo que representa sua visão de mundo. Para uma parcela da sociedade, Fake News se tornou um conceito político para alguém desmerecer ou desqualificar uma informação.
Temos que observar com atenção as novas tendências sociais, com a sensibilidade para compreender, decupar e separar a evolução da tecnologia da involução social.
O time do IPO - Instituto Pesquisas de Opinião está radiante com a notícia de que fomos indicados como uma das três empresas finalistas do Salão ARP (Associação Riograndense de Propaganda) 2021 na categoria Serviços Especializados.
A premiação será no dia 06/12, no Cais Embarcadero.
Independente da premiação, já somos gratos pela indicação.
Temos o desafio diário de compreender e decifrar esse mundo em constante transformação, com inovações nas formas de pensar, viver, produzir e consumir.
Quando somos reconhecidos por levar a ciência para a tomada de decisão temos a confirmação de que estamos cumprindo o nosso propósito.
Gratidão é a palavra! Obrigada a todos que fazem o IPO acontecer!
A pandemia mexeu com as nossas emoções. Passamos por uma montanha-russa de sentimentos. Desde o começo da pandemia, as pesquisas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião monitoram a oscilação do humor da sociedade.
Passamos por vários estágios emocionais. Em cada momento da pandemia uma palavra se destacou. Começamos vivenciando a sensação de “preocupação” constante, tivemos que lidar com a sombra do “medo” até a “esperança” ocupar o seu espaço e abrir caminho para o sentimento de “superação”.
No primeiro estágio, em março de 2020, a palavra que mais ouvíamos da população era “preocupação”. As pessoas se preocupavam com tudo, começando com a tentativa de entender o que significava o “fique em casa”. Era um mundo de incertezas, um momento em que o entrevistado queria mais perguntar do que responder.
Quando as UTIs passaram a ficar lotadas, as mortes sendo estampadas em gráficos crescentes e as imagens das inúmeras vítimas da Covid-19 sendo transmitidas em todos telejornais, entramos no segundo estágio do pavor, a palavra “medo” começou a ecoar.
Essa palavra se tornou tão intensa que chegaram a ser criados indicadores de medo e as pesquisas nacionais passaram a divulgar a taxa de medo da população. Em março de 2021 esse era o sentimento de 7 em cada 10 brasileiros.
Nesse momento, o medo tinha muitas representações e era externado de várias formas. Medo de sair à rua, medo de contrair o vírus e precisar de uma UTI, medo de morrer, medo de não conseguir trabalhar e pagar as contas, medo de não ter o que comer, medo de ficar ansioso, medo de assistir ao noticiário, medo do futuro. Era um momento em que o entrevistado não queria mais perguntar, queria falar, queria dizer o que sentia, queria contar os seus medos.
Em julho de 2021 começou o terceiro estágio, com a “esperança” se tornando a palavra da moda. E o sentimento foi se alterando quando os noticiários passaram a dar menos destaque para os gráficos da infecção e mostraram com entusiasmo os gráficos do avanço da vacinação. Quando as medidas restritivas passaram a ser substituídas por decretos de flexibilização. Nesse momento, o sorriso atrás das máscaras aparecia nos olhares dos entrevistados.
Com a esperança em voga, as entrevistas passaram a ser cada vez mais longas. Mesmo que a pesquisa fosse sobre produtos pets, o entrevistado queria falar sobre o quanto o seu pet foi importante na pandemia. Que mesmo com dificuldades financeiras, aumentou o consumo de produtos pets e que agora ele acreditava no futuro, pois estava com a primeira dose da vacina, sinalizando que logo poderia sair e passear com o seu pet, mostrá-lo pessoalmente para amigos e familiares.
Com a segunda dose chegando para a maioria da população, observa-se um novo ciclo, o da “superação”. As análises de conteúdo realizadas pelas pesquisas qualitativas indicam que o termo vem mudando a nuvem de palavras, diminuindo a força do “medo” e ampliando a “esperança”. Cada entrevistado traz a ideia de superação de um jeito ou para uma meta, de acordo com a sua realidade.
A sociedade está com um novo humor, pode-se dizer que começa a ficar de bom humor!
A pesquisa de vitimização é um importante instrumento para mapear a taxa de subnotificação de diferentes tipos de ocorrências passíveis de registro policial.
O IPO tem expertise na metodologia de realização desse estudo, atuando em praças como Niterói/RJ, Porto Alegre/RS e Pelotas/RS.
DESTA VEZ O ESTUDO ESTÁ SENDO REALIZADO EM SANTA CRUZ DO SUL.
Nossa equipe de entrevistadores está em campo, identificados com crachá e colete do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião.
O isolamento social estimulado durante a pandemia impactou o “bolso dos consumidores gaúchos” de diferentes formas. De um lado, metade da população está com o seu poder de compra comprometido e ainda tem cortado gastos em função das perdas motivadas pelas medidas restritivas, impostas durante a pandemia. Nesse grupo estão principalmente as famílias com menor renda, os trabalhadores informais e até mesmo empreendedores.
De outro lado, as famílias com renda fixa, pertencentes às camadas com maior poder aquisitivo, ampliaram suas reservas financeiras. O movimento do “fique em casa” motivou uma sequência de redução de gastos que ampliou as reservas financeiras dessa parcela da sociedade.
E foi nesse grupo social que os consumidores 4.0 ganharam destaque. Esse tipo de consumidor, que é exigente, passou a realizar sua jornada de compra a partir da conexão com as redes sociais, aplicativos, sites ou plataformas digitais. Durante o isolamento social, utilizou a internet para conhecer e comparar produtos, pesquisar preços, fazer pedidos ou ter novas experiências de consumo. A ampliação do consumo digital, acessando a loja virtual ou realizando a compra por aplicativos, proporcionou satisfações e muitas insatisfações.
Para entendermos a insatisfação dos consumidores 4.0 em suas jornadas de compras digitais durante a pandemia, temos que compreender que a principal característica desse consumidor é a conectividade e sua expectativa primordial é pela agilidade no atendimento. Esse consumidor desejava ser ouvido e respondido pelo canal que acessou. Esperava um atendimento personalizado, no horário de seu interesse e com a pronta resposta às suas inquietações. A logística de entrega e o acondicionamento inadequado de produtos também foi um ponto de muito estresse para esses consumidores, que almejavam por soluções imediatas.
Com o avanço da vacinação e a diminuição das medidas restritivas, esses consumidores, que estão com dinheiro para gastar, vão voltar a visitar as lojas físicas, as boutiques, os restaurantes, bistrôs e cafés. Relatam que “querem bater perna em shopping centers”, desejam “olhar as vitrines” e ter novas experiências gastronômicas.
Muitos analistas de mercado apostam no avanço das compras online. Essa tendência deve se manter para alguns tipos de produtos e serviços, mas não para o varejo de uma forma geral. Na maior parte dos casos, a pandemia obrigou o consumidor 4.0 a comprar exclusivamente pelos canais digitais e sua paciência e saúde mental foi posta à prova. .Nesse momento, esses consumidores querem voltar a ter autonomia, a associar o ato de compra a uma atividade de lazer, em que passear no shopping é um momento de prazer individual ou uma atividade de entretenimento em família.
Agora, não se pode esquecer que o consumidor 4.0 tem “o poder de compra na palma da mão”. Poderá estar na frente de uma vitrine, utilizando o seu celular para pesquisar na internet os comentários sobre o produto exposto ou sobre a loja física em que se encontra.
Nesse momento, o consumidor 4.0 quer comprar em lojas virtuais e espera por um atendimento ágil e empático.
Momento inspirador e que nos faz revisitar a assertividade de nosso propósito: mapear e compreender o comportamento social.
A opinião move as pessoas e as pessoas movem o mundo.
A opinião está presente na decisão de compra, nas tendências de consumo ou nos resultados eleitorais.
Nessa jornada, nunca nos perdemos de nossa missão: levar a ciência para tomada de decisão do cliente.
Levar a ciência para o mercado, levar a ciência para a política, levar a ciência para a sociedade.
O time IPO agradece a ACP!
A equipe de entrevistadores do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, está realizando um estudo sobre a previdência privada no Rio Grande do Sul.
Queremos entender a experiência dos gaúchos com plano de previdência, mapeando os fatores que estimulam o planejamento com o futuro e os atributos que motivam a adesão a um plano de previdência.
As entrevistas são realizadas através de um processo de coleta híbrido, mesclando entrevistas presenciais e por telefone.
Caso você seja contatado por telefone, poderá agendar o melhor horário para a participação.
A Débora, nossa analista de pesquisa, completou 8 anos de IPO. Sempre dedicada à epistemologia das ciências sociais, é uma socióloga apaixonada por compreender comportamentos, tendências e percepções.
A cada novo projeto, mergulha em um novo mundo de conhecimento, cheio de desafios e aprendizados. Com maestria, transforma o dado em inteligência e estratégia para a tomada de decisão. Ao longo desta quase uma década, esteve à frente de grandes projetos para: Grupo RBS, Sicredi, Banrisul, Rodoil, UCS, Eletrobras, Celulose Riograndense, entre outros. Obrigado por compartilhar essa jornada conosco! Parabéns!¼ de século sistematizando e analisando informações.
A equipe de entrevistadores do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, está realizando um estudo com associados do Sicredi em todo o Brasil.
A pesquisa é realizada através de entrevistas por telefone e poderá haver o agendamento do melhor horário para os associados participarem.
Entre os dias 5 e 8 de fevereiro, estaremos realizando a 9ª fase do estudo EPICOVID-19 no RS.
Além dos testes rápidos e da entrevista, já parte do método da pesquisa, também serão aplicados novos testes de anticorpos, criados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com maior precisão para identificar a presença do vírus, especialmente em infecções mais antigas.
Segundo a UFPel, o teste S-UFRJ tem eficácia de 92% para detectar anticorpos mesmo cinco meses após a infecção. A amostra de sangue coletada para ambos os testes é a mesma.
O procedimento segue igual às demais etapas da pesquisa: nossos entrevistadores irão visitar de 4,5 mil famílias em nove cidades gaúchas, convidando os moradores a realizar o teste e responder o questionário.
Não imaginávamos entrar em uma “guerra” invisível, contra um inimigo que não enxergamos e temos pouca informação. Ouvimos histórias sobre as dificuldades e tristezas causadas pela gripe espanhola ou sobre as consequências da primeira e da segunda mundial. Mas para nós eram apenas histórias.
Não sabíamos o que era o distanciamento social, o isolamento social, quarentena, o toque de recolher, a intervenção horizontal com bloqueio do que não é essencial. Não tínhamos visto o comércio fechar, a novela deixar de ser gravada ou uma olimpíada ser cancelada.
Agora, se prestarmos atenção à história da humanidade, as guerras trazem consigo uma ruptura, que cria uma mudança social e que marca as gerações que passaram por essa situação. Essa mudança está associada às novas experiências vividas, ao medo, ao sofrimento e ao fortalecimento da esperança e da solidariedade. Todos esses sentimentos alteram o comportamento e fazem com que as pessoas olhem o mundo por outro ângulo.
E isso acontece porque o certo, vira incerto. Em um curto espaço de tempo, nossa vida vira de cabeça para baixo, temos a sensação de que sabemos muito pouco ou quase nada e passamos a viver um dia após o outro.
Vivíamos em uma zona de conforto, com os nossos problemas e dificuldades cotidianas, mas sem muitas surpresas. Estávamos tão acostumados a dizer que no Brasil nada mudava, que os políticos não prestavam e tínhamos quase a certeza de que não se podia confiar em ninguém! Tínhamos dado um rótulo e tudo estava resolvido.
Nos acostumamos a ver a violência, a falta de leitos nos hospitais e a miséria como parte de uma realidade que não nos afetava mais. Sabíamos que o respeito estava cada vez menor e que a intolerância cada vez maior e íamos tocando.
Tínhamos cada vez menos tempo e menos paciência para dar um apoio a quem precisava, para dar aquele abraço em um amigo ou até para sentar e alertar um familiar sobre os riscos de suas decisões. Estávamos perdendo a nossa essência, a nossa identidade, o sentimento de comunidade e tudo o que aprendemos com os nossos pais e avós. E de repente chegamos em um momento que temos que parar por eles, que nos preocupamos com eles e que começamos a ver tudo de outra forma.
O medo nos ajuda a olharmos para dentro de nós, a rever a nossa espiritualidade, a pensar no outro e descobrimos que somos frágeis diante dessa situação. As experiências não serão iguais e nem os aprendizados. Cada um de nós irá passar por isso de um jeito diferente. Temos a capacidade de escolher a forma como olhamos e como absorvermos os sinais que recebemos.
Podemos escolher se vamos ficar reclamando ou se vamos reagir e procurar aprender com tudo isso. Se vamos colocar a culpa em alguém ou se vamos exercitar a compressão. Se vamos ativar a intolerância ou se vamos praticar o respeito. Se vamos entrar em depressão ou fortalecer nossa crença. Se vamos ficar tristes pelo dinheiro que deixamos de ganhar ou se vamos ajudar quem não tem dinheiro nem para comer. Podemos escolher se vamos semear o ódio ou plantar o amor.
As rupturas mudam os paradigmas de nossa existência, redesenham a nossa realidade e mudam as regras do jogo. E temos que olhar e aprender com tudo isso.
Não há como passarmos por tudo isso e não mudarmos. A grande pergunta é: como passaremos por tudo isso? Vamos aproveitar esse momento para desintoxicar nossa alma e rever conceitos? Vamos sair de tudo isso como seres humanos melhores?
Elis Radmann é cientista social e política. Fundou o IPO – Instituto Pesquisas de Opinião em 1996. Utilizando a ciência como vocação e formação, se tornou uma especialista em comportamento da sociedade. Socióloga (MTb 721), obteve o Bacharel em Ciências Sociais na UFPel e tem especialização em Ciência Política pela mesma universidade. Mestre em Ciência Política pela UFRGS e professora universitária, Elis é diretora e Conselheira da Associação Brasileira de Pesquisadores de Mercado, Opinião e Mídia (ASBPM) www.asbpm.org.br https://coletiva.net/colunas/o-coronavirus-muda-nossa-forma-de-ver-o-mundo,353886.jhtmlO grupo focal é uma metodologia de pesquisa que está dentro das formas de abordagem qualitativa. Ele permite desvendar as representações sociais formadas pelos participantes, sobre o objeto estudado. São formados por, em média, oito pessoas, sendo que os minigrupos podem ser constituídos por quatro pessoas. A constituição do grupo varia de acordo com o objetivo do estudo, podendo ser formado por pessoas com características heterogêneas (gênero, idade, escolaridade), mas, também, com características em comum.
Este tipo de pesquisa pode ser utilizado para inúmeros estudos: entender como as donas de casa escolhem seus produtos, indo além dos motivos indicados, levantando suas percepções e motivações; verificar como determinado público reage a um produto; como os eleitores recebem as campanhas de um candidato; qual conteúdo os jovens percebem em um comercial, dentre outros temas.
Ao proporcionar um ambiente acolhedor, tranquilo e agradável, os participantes sentem-se mais à vontade para a exposição de suas ideias e perspectivas sobre questões mais complexas, que exigem uma explicação maior para seu entendimento e permitem ao mediador aprofundar a subjetividade que acompanha cada participante.
A riqueza de um grupo é proporcionar um debate sobre determinado tema, com pessoas que possuem variadas percepções sobre algo, enfocando suas ideias e as lógicas que as determinam. Os participantes, ao expressarem suas opiniões, mesmo que não percebam, trocam conceitos e significados ao comentar os sentimentos e crenças que os levam a ter determinada opinião e conduta. Muitas vezes, um entrevistado instiga a reflexão do(s) outro(s), influenciando-o(s).
Os participantes respondem muito bem aos estímulos lúdicos recebidos, trazendo à tona os aspectos mais abstratos que sinalizam suas reais percepções sobre o objeto de estudo. Nesse tipo de pesquisa, comumente é realizada a dinâmica das Associações Simbólicas, na qual os participantes são convidados a “brincar de imaginar” o objeto em estudo como sendo uma cor, um animal e um carro.
Esta dinâmica fecha (ou não) toda a narrativa feita pelo entrevistado durante o grupo. Muitas vezes pode surpreender ao contrapor o que é falado, explicado durante toda a reunião, com aquilo que é associado ao objeto de estudo na hora das Associações Simbólicas. Isto porque, racionalmente o entrevistado pode ter uma fala e emocionalmente demonstrar outros sentimentos e percepções, através das simbologias vindas de suas respostas. No momento em que justificam sua indicação de cor, animal e carro, os participantes associam coisas positivas e/ou negativas ao objeto em estudo, demonstrando o quão próximo ou distante está a imagem que se quer ter com a que é percebida pelo público que se quer atender.
Considerando estarmos em um ano de eleições municipais, onde o eleitor se sente mais próximo dos candidatos, eis um exemplo prático em que as pesquisas com grupos focais e associações simbólicas são muito realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião.
É comum o candidato querer saber qual sua real imagem concebida pelo imaginário do eleitor, a fim de melhor programar sua campanha, seus discursos e suas estratégias de ação. E para saber sobre o tipo de imagem que os candidatos têm, segue-se um roteiro investigando fatores importantes para o voto, o conhecimento e a percepção sobre candidato, testam-se as propagandas e os discursos e, para finalizar, as Associações Simbólicas. Ali é a hora da verdade!
O que não foi dito no grupo transparece nesse momento em que o candidato é “pensado” da forma mais subjetiva possível. Às vezes o candidato é elogiadíssimo durante a reunião e, ao final, ao testá-lo na subjetividade das associações, vem à tona uma imagem sombria, agressiva e elitizada. O contrário também acontece... um candidato que parece estar à margem da corrida eleitoral, lembrado nos discursos do grupo como alguém tradicional, desgastado por outras campanhas, cansado pelo tempo na política, pode surpreender ao ser vinculado nas associações a um perfil ideal de candidato.
Nesse teste, todas as cores, carros e animais lembrados são importantes e devem ser analisados cuidadosamente de acordo com a justificativa dada. Brevemente falando, de forma bastante genérica, pode-se explicar da seguinte forma as respostas dadas e suas simbologias em relação aos candidatos a qualquer cargo eletivo:
1) Quando os candidatos são associados às cores mais escuras, embora transpareçam elegância e sofisticação, podem representar o medo, a morte, a tristeza, a falta de perspectiva. Já a associação com cores claras é mais positiva e alegre, especialmente o verde claro, que traduz serenidade, seriedade, equilíbrio e esperança, qualidades que um eleitor espera de um candidato.
2) Já quando estimulados a pensar os candidatos “como se fossem animais”, os eleitores costumam indicar, principalmente, dois grandes grupos: os felinos, que possuem garra, força e ação, mas que também podem atacar inesperada e traiçoeiramente e os domésticos, que são aqueles animaizinhos que todo mundo queria ter em casa “pra chamar de seu”. São bonzinhos, dóceis e companheiros!
3) No teste de associar o candidato a um carro é comum as opiniões se dividirem em três grupos: carros de luxo e de velocidade (todos querem, mas poucos têm), carros coletivos (carregam muitas pessoas, mas não podem ou não conseguem chegar em todos os lugares) e os carros populares novos ou antigos (são acessíveis, cumprem sua função, são de fácil manejo e são resistentes as condições de uso e ao tempo).
Enfim, muito se pode descobrir com as Associações Simbólicas em um grupo focal. Lembrando que nem tudo o que é dito é o que é comunicado! Garanto que se perguntar a vocês como é o candidato ideal, viriam muitas explicações, considerações, qualidades, experiências esperadas, mas jamais me diriam que o candidato ideal é da cor verde, se parece com um cachorrinho e se comporta como um carro popular.
Pois é, pode acreditar, este é o candidato ideal comunicado através do imaginário do eleitor!
Gisele Miura. Cientista social, inspirada em desvendar o comportamento do consumidor, fez MBA em Marketing e nas últimas duas décadas se envolveu nos mais variados projetos de pesquisa, em várias partes do país. Atua no atendimento ao cliente, desvendando os problemas de pesquisa e mediando o relacionamento do IPO com o mercado.
Embora os consumidores ainda prefiram as lojas físicas às virtuais, pesquisa realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião sobre o comportamento do consumidor gaúcho, constatou que os hábitos de consumo estão sendo influenciados pelas novas tecnologias.
Se a forma de ofertar muda, a forma de procurar também deve mudar!
Os principais motivos que levam os consumidores a aderirem às compras em lojas físicas estão relacionados a visualização e a aquisição imediata do produto (tipo evitar “comprar gato por lebre”) e, também, as questões de segurança. E, os motivos que levam os consumidores às lojas virtuais são o preço e a praticidade, já que no mundo on line tudo é instantâneo e rico em detalhes e informações, que nem sempre o cliente recebe do vendedor na loja física.
Hoje, não queremos mais esperar! O tempo entre a imaginação, o desejo e a efetivação de uma compra é muito curto. Imaginou, almejou, buscou e comprou imediatamente!
De acordo com os vários tipos de consumidores identificados na pesquisa, perceber-se que ainda há uma insegurança, um certo receio em efetivar suas compras pelos canais virtuais, mesmo entre aqueles consumidores que já tem o hábito de comprar muito na internet. Porém, todos, mesmo aqueles que não têm o gosto e o hábito de comprar, pesquisam na internet antes de efetivar a compra na loja física.
Nem sempre a internet é um fim para a aquisição de algo, mas certamente é um meio para a efetivação da compra.
Esse é um primeiro passo para a mudança: pesquisar, conhecer, comparar virtualmente as opções do mercado. E temos que ter em mente que este processo de investigação e pesquisa que o consumidor faz, tem influenciado em seu comportamento, tornando-o mais incisivo, questionador e conhecedor do que o mercado on line oferece. Muitos consumidores que entram na loja física já sabem as opções que têm.
Se pelo lado do cliente esse conhecimento é um fator positivo, representando empoderamento, para o lado do lojista e seus colaboradores é um desafio que demandará do vendedor da loja física um comportamento exemplar, inspirador e com alto poder de convencimento, quase como um consultor com empatia para entender a demanda do cliente. O vendedor tradicional precisa estar de bem com a vida, ser sorridente, estar preparado e disposto a “proporcionar a experiência” ao cliente. Isso diferenciará o processo de compra com ele ou com o virtual: oportunizar experiências!
Como os estrategistas do mercado virtual sabem que há necessidade da “experiência”, divulgam estratégias que condicionam a efetivação do negócio somente após a experimentação do cliente, que, caso não goste, “terá seu dinheiro de volta”.
Além disso as grandes marcas do varejo têm oferecido os produtos nas plataformas virtuais, dando a oportunidade da pesquisa e da compra virtual, mas com a retirada do produto em uma “loja mais próxima”. Essa ação traz satisfação ao consumidor pois agrega o virtual (melhor preço e rapidez) e o físico (visualização e segurança).
Pois é… às vésperas do Natal e com o potencial de consumo aumentado, cabe ao empregador, ao empregado e ao próprio cliente se readaptarem, remodelarem, reeducarem nesta jornada de compra em mutação.
Muito se fala em “reinventar” o vendedor, reprogramá-lo, prepará-lo para um novo mercado… Mas já pararam para pensar no quanto todos nós, consumidores, também precisamos refletir sobre nossos novos comportamentos, expectativas e cobranças junto a um vendedor?
Gisele Miura. Cientista social, inspirada em desvendar o comportamento do consumidor, fez MBA em Marketing e nas últimas duas décadas se envolveu nos mais variados projetos de pesquisa, em várias partes do país. Atua no atendimento ao cliente, desvendando os problemas de pesquisa e mediando o relacionamento do IPO com o mercado.