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Nem de direita, nem de esquerda…

Nas eleições de 2018, os termos ‘direita’ e ‘esquerda’ passaram a fazer parte das defesas e, principalmente, dos ataques e desqualificações entre as pessoas.

Até hoje, nas redes sociais, os simpatizantes de cada lado fazem tanto barulho que dá a impressão de que o mundo está se radicalizando.

Tal conjuntura fornece um contexto ideal para pesquisa, afinal de contas, como o gaúcho se autoclassifica em termos de direita e esquerda?

Para tanto, o IPO – Instituto Pesquisas de Opinião replicou o teste clássico aplicado no Eseb (Estudo Eleitoral Brasileiro): “Na política as pessoas falam muito de esquerda e de direita. Eu gostaria de saber se, em termos de ideologia, o(a) Sr.(a) se enquadra mais à direita ou à esquerda (ou não tem ideologia)? Em uma escala de 1 a 10, sendo que mais próximo de 1 é mais à esquerda e mais próximo de 10 é mais à direita. Com qual nota o(a) Sr.(a) se classifica em termos de ideologia?”.

O primeiro resultado indicou que 1/4 dos gaúchos não se classifica dentro do espectro ideológico e 9,5% afirmam que não têm opinião formada sobre o assunto.  Na prática, pouco mais de 1/3 dos gaúchos já começa a entrevista afirmando que não quer saber do debate entre direita e esquerda.

São pessoas que rejeitam os partidos políticos, que têm uma vida corrida por trabalhar de sol a sol, utilizam os serviços públicos e possuem uma renda familiar inferior a três salários mínimos. Na maioria das vezes, esses eleitores definem o processo eleitoral escolhendo o candidato que tenha um discurso sensível aos problemas que estão sendo debatidos. Tecnicamente, é o eleitor volátil, que deposita esperança em uma pessoa e vota em função de suas propostas.

Os outros 2/3 afirmam que têm uma posição ideológica.

O entrevistado escolheu uma nota que representasse a sua opinião, analisou um cartão com uma régua com uma numeração de 1 a 10, sendo que os resultados obtidos foram os seguintes:

– 14% dos eleitores gaúchos se consideram mais inclinados à esquerda, posicionando-se com notas de 1 a 3.

– 4,9% dos eleitores gaúchos se consideram mais inclinados à centro-esquerda, posicionando-se com notas 4, que pode ser analisada como a esquerda moderada.

– 22,1% dos eleitores gaúchos se consideram mais inclinados a centro, posicionando-se com notas 5 e 6.

– 8,1% dos eleitores gaúchos se consideram mais inclinados à centro-direita posicionando-se com notas 7, que seria a direita moderada.

– 15,8% dos eleitores gaúchos se consideram mais inclinados à direita posicionando-se com notas de 8 a 10.

O resultado indica que as duas pontas, direta e esquerda, têm em média 15% de incidência. Se analisarmos os que se classificam como centro-direita e centro-esquerda, temos uma tendência pró-direita, com 23,9%.

Encontraram-se percentuais similares em todas as faixas de idade e de renda. Na prática, não se pode dizer que quem é mais jovem tem ideologia diferente de quem é mais velho, ou que quem ganha menos tem ideologia diferente de quem ganha mais.

Se analisamos a zona de conforto do gaúcho, a maioria do eleitorado não se classifica em uma posição ideológica ou se classifica como centro (notas 5 e 6), totalizando 57% dos gaúchos.

É importante registrar que há consensos entre as pessoas que se autoclassificaram de diferentes formas. A maior unanimidade está associada à leitura de que o maior problema do País é a corrupção. O problema é que a divergência de opinião se manifesta de forma intensa quando a pergunta é sobre a origem da corrupção.

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