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Uma mudança silenciosa em curso

Vivemos um momento de instabilidade social que motiva uma mudança silenciosa na sociedade. Todos os dias as pessoas realizam normalmente as suas atividades cotidianas: frequentam a escola, vão ao trabalho, fazem compras, realizam atividades de lazer, fazem tratamentos médicos, etc. Aparentemente, “tudo como dantes no quartel de Abrantes”. Para muitos, “tudo permanece sempre na mesma”.

Se está igual, como está mudando?

O que parece ser, necessariamente não é. As pesquisas realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião indicam que a mudança silenciosa advém da falta de confiança nas instituições e nas pessoas, que nutre o individualismo e a percepção de que “cada um por si e Deus por todos”. E a falta de confiança, que exacerba o individualismo, enfraquece a solidariedade.

Esta falta de confiança se comporta como uma “voz interior” que cria uma tendência à indiferença a pedidos de socorro, às cenas de abando social ou até mesmo de negligência com delitos ou crimes cometidos em locais públicos. É crescente a perspectiva da negação individual, onde imperam as premissas: “não sei de nada”, “não vi nada”, “não quero me incomodar”. As famílias orientam seus familiares a “se ver um assalto, tente fazer que não viu”.

A perspectiva da negação, da omissão ou até mesmo da conivência advém da falta de confiança, passa a ser nutrida pelo receio e cria um cenário onde a equidade e a justiça se fragilizam. Sem solidariedade, o que está ruim pode ficar pior!

A solidariedade deveria ser fomentada pelo Estado, que tem em sua finalidade o “bem comum”. Ocorre que, atualmente, 2/3 dos gaúchos não confiam nos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) e 97% não confiam nos partidos políticos.

Com a fragilidade das instituições representativas, as instituições sociais primárias como a família, a escola, a igreja e as empresas devem ser as propulsoras do resgate da confiança e do fortalecimento dos elos de solidariedade. De toda a sorte, o fortalecimento destas instituições tende a resgatar e fortalecer os valores, as crenças, os elos de solidariedade, a capacidade de revisão das leis e das instituições que temos, assim como o fomentar o debate e o estabelecimento das leis e instituições que devemos ter.

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